segunda-feira, 14 de julho de 2008

mariadostrapos

Quando os dias são grandes e o tempo sobra...

A Penélope sobrava o tempo para tecer a teia interminável enquanto esperava Ulisses. Era assim in illo tempore.

Muitos tempos percorremos ao longo da vida.
O tempo das cerejas e o tempo da vindima.
O tempo em que a vida era boa e barata e o tempo de crise e vacas magras.
O tempo circular e o tempo linear das personagens literárias que guardamos na memória.

O tempo que corre veloz e nos escapa. O tempo do relógio cujos ponteiros nunca andam para trás.
O tempo presente que importa fruir num carpe diem horaciano.

O meu tempo, também ele, é gasto em pequenas coisas diárias, domésticas, sem a grandiosidade dos grandes feitos, mas com o sabor luxuoso do inútil. E, quem sabe, com a utilidade do fio que Ariadne emprestou a Teseu salvando-o da morte.