terça-feira, 23 de março de 2010

dia-a-dia de uma trouxa











Pois aqui está a fotografia de um dos 10 parezinhos de calças a que a trouxa subiu a bainha. Foi um fim-de-semana inteirinho. Sábado para as medições e alinhavos e domingo para a máquina de costura. Valeu a pena ficaram quase perfeitos.

quinta-feira, 4 de março de 2010

etiqueta a mais









Um destes dias fui ao supermercado lá da rua. Entrei, recolhi duas ou três coisas que precisava e quando quis pagar é que foram elas; alarmes a apitar, luzes a acender e a apagar que mais pareciam fogo-de-artifício em noite de romaria.

A menina, sem paciência e com mau modo, ia perguntando – os sapatos são novos, o casaco, a mala? Ia-lhe dizendo que não, mas pelo sim pelo não entreguei-lhe a malita que ela passou na máquina. Não apitou. Ao contrário, cada vez que me aproximava dos alarmes era um chinfrim desgraçado. Eu, que quase nunca compro nada, desfazia-me em desculpas e dizia que nada era novo. Receosa, lembrei-me que na semana anterior me tinha acontecido o mesmo numa loja, mas como o alarme tinha tocado à entrada deixaram-me sair sem qualquer problema; e como não ando a assaltar lojas também não liguei muito ao assunto.

Entretanto, a multidão que se foi juntando nas caixas ia certamente tomando partido, mas nem me atrevia a encará-los de frente. Olhei timidamente por cima do ombro e pensei - se o polícia, que está à porta, se aproxima eu morro de medo! O lampejo da sobrevivência atingiu-me o cérebro e num ápice despi o casaco. A menina passou-o, maquinalmente, na máquina. Apitou, tinha uma etiqueta, que a menina bondosamente desactivou.

Paguei e saí do supermercado dando graças a Deus por ter uma etiqueta no casaco e não numa qualquer peça de roupa mais próxima do corpo.

Mas hoje pergunto-me se não haverá nada para proteger o cliente incauto nestas situações? Como é que um ano ou dois depois a etiqueta volta a ficar activa?

Eu não peguei naquele casaco e não saí da loja de um qualquer centro a correr para não ser apanhada. Paguei o casaco e saí calmamente com o casaco no saco e não houve alarmes sonantes.

terça-feira, 2 de março de 2010

gosto de ler Camilo














Não resisto, volta e meia leio ou releio Camilo. Há uns tempos andei atrás das Memórias do Cárcere; finalmente aí vou eu «O fidalgo, notável por sua riqueza e excentricidade, herdou dos seus preclaros avós a costumeira de acoitar criminosos, que o braço justiceiro não ousa ir arrancar de lá. Respeitam-lhe a prosápia as justiças de léguas em torno, e não lhe respeitam menos os obuses, com que tem artilhados os torreões do palácio, e os numerosos servos, e o contingente de criminosos, agasalhados nos palheiros da casa impenetrável.»

segunda-feira, 1 de março de 2010

já nasceu o dono deste xaile
















O bebé que vai usar este xaile, nasceu ontem. Um rapaz muito educado que esperou que a obra estivesse terminada.
Como o tempo passa a correr, não deve faltar muito para que cresça e se torne um homem. É sempre assim e ainda bem, pois esta renovação é fundamental para a nossa existência.