quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
fazer justiça ao nome
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
11ª edição das Correntes d'Escritas
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
Não se pode mostrar os dentes
Como a Primavera está a chegar tomei a sensata decisão de ir a pé para o trabalho. Para facilitar atravessei o hospital e fui encontrando figuras tipos ou aquelas pessoas que habitualmente chamamos cromos. Figuras da administração «papelar» e figuras médicas, conduzindo-se em transporte que não deixa dúvidas de que a doença dos outros é um negócio rentável. Doentes tristes, cabisbaixos deixando transparecer que a doença para além de magoar é coisa que humilha.
Os transeuntes, o lado mais animado como é óbvio, são cromos mais heterogéneos e entre elas a mãe e o filho que me fizeram companhia na caminhada. A mãe recolhe lixo nos caixotes da cidade, o filho acompanha-a e como conhece bem o lado estropiado da cidade vai, a esmo, alardeando cumprimentos. A mãe aos gritos vai dizendo – pá e vassoura, que maneira é essa de falar. Por minutos perdi-os de vista, mas à saída do recinto voltei a ouvir as recomendações da mãe – estás a ouvir, não se pode mostrar os dentes àquela gente.
É verdade, não se pode mostrar os dentes, nem àquela nem a outra gente. E se a caminhada não tiver o mérito de me tirar algumas gramas, teve de certeza a vantagem de recordar algumas regras de conduta em sociedade.
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
gosto de andar de eléctrico
domingo, 21 de fevereiro de 2010
O livro de Elisabeth Badinter
sábado, 20 de fevereiro de 2010
uma boa decisão
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
escutas
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
doce de abóbora
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Se eu fosse seropositivo
Associaram-se à campanha contra a discriminação dos seropositivos muitos famosos e alguns políticos. Alguns políticos, mas nenhum do PSD, nem nenhum do PS conseguiu disponibildade de agenda para poder dizer frases como estas "Se eu fosse seropositivo, votaria em mim? "ou“Se eu fosse seropositivo, teria lugar num lar?”
Os políticos dos dois maiores partidos não tiveram disponibildade de agenda ou tiveram receio de se associarem a uma enfermidade que marginaliza quem é atingido por ela? Falta de coragem ou tacanhez? Dificuldade de agenda ou pouca disponibildade para os portugueses doentes?
- De facto, este País não é para doentes!
sábado, 6 de fevereiro de 2010
o vício da liberdade
Esta semana foi estranha, começou com as Comemorações do Centenário da República, depois a reunião do Conselho de Estado, o caso Mário Crespo, a aprovação do Orçamento, as escutas do Sol, as más notícias dos jornais estrangeiros sobre as finanças do país. Mas nada fez história, foi tudo demasiado rápido.
Nós, que gostamos de dizer mal de tudo, estamos com problemas de concentração. Nós gostamos de dizer mal, não gostamos de debater. Temos o mau hábito de pensar que o debate se aproxima da política e essa “é porca”.
Confesso, fazendo um pequeno exercício de catarse, que sinto o ambiente opressivo, por via da claustrofobia e aperto generalizado.
A palavra de ordem é: falar mal do governo, é preciso.
Quem não o fizer será considerado um perigoso adepto do governo. Mas quem não tomar claramente partido, também não fica bem.
Não vejo mal em ser, ou não ser, adepto deste governo, do anterior ou do próximo. Os governos precisam e terão sempre adeptos e detractores. Eu, o meu vizinho do lado, o meu colega, quem quer que seja, é indiferente - é assim a democracia!
O País tem problemas gravissímos, mas nós não podemos deixar de ter o vício da liberdade. Podemos e devemos continuar a falar sobre tudo, tomando ou não partido. Nada é proibido em democracia, os excessos pertencerão à justiça.
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Suicídio no local de trabalho
O Jornal O Público publicou a entrevista do psiquiatra francês Christophe Dejours “Um suicídio no local de trabalho é uma mensagem brutal”. Dejours revela muitas das causas que podem levar a esta situação. O tema tem estado na ordem do dia em França, não por ser um problema exclusivamente francês, mas por ser debatido abertamente e amplamente.
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Caras leitoras
Hoje vou falar-vos de alta-costura. Era assim que começavam muitas crónicas destinadas a mulheres pelo mundo fora. Mas este discurso já não é politicamente correcto tanto mais que o assunto passou a interessar também aos homens, sobretudo os homens do mundo dos negócios.
Os tempos estão maus para a alta-costura, de tal modo que a França, país que viu este negócio florescer, preparou medidas de apoio. Mas as marcas precisam da alta-costura e dos desfiles para não deixar morrer o negócio dos perfumes, malas e toda a espécie de acessórios cujas vendas mantêm estas casas. No entanto os desfiles já não contam com alguns nomes. Christian Lacroix fechou as portas, Cacharel faliu e a outros tantos aconteceu o mesmo.
A senhora Chanel afirmou-se num tempo áspero, que no entanto não tinha ainda experimentado as maravilhas da última metade do século. Tornou-se um mito desta fábrica de sonhos que só encontra paralelo em Hollywood.
Mas como vão ser os próximos anos para os mortais deste planeta? Precisaremos de sonhos, beleza e conforto? Continuará o luxo a ser como o entendiamos até há pouco tempo?
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
As virtudes da publicidade
Sempre tive dificuldade em compreender as mentes mais sensíveis às intenções da publicidade. – Mas coisa triste! A idade suavizou a réstia de racionalidade que havia em mim.
Encontrei-me, quase de lagrimita no olho, a olhar para a nova campanha de publicidade das bebidas solúveis da Nestlé. Senti-me reconfortada por saber o quanto o meu corpo beneficiará de todos aqueles cereais, fibras e café.
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
O gosto dos portugueses, as rolhas de cortiça, as faianças Bordalo Pinheiro e os Louboutin
Melhor sorte teve a louça que decorava a cozinha. Couves gigantes que, se fosse preciso, seriam terrinas, carantonhas coloridas, que teriam serventia de canecas caso fosse necessário, e toda a espécie de bichos do campo promovidos ao patamar da decoração.
Mas os tempos mudaram e já ninguém aprecia especialmente o mobiliário americano, as faianças Bordalo Pinheiro (que por isso atiraram trabalhadores para o desemprego), ou os sapatos portugueses que são agora substituídos, no nosso pobre imaginário, pelos Louboutin, Manolo Blahnik ou pelos Prada. E sendo tal o nosso gosto pelo novo não tardará que as rolhas de cortiça, do nosso montado, sejam substituídas. Mas deveríamos manter tudo o que é nosso, nem que seja por uma questão de prestígio como diz o enófilo Vasco d’Avillez.