Melhor sorte teve a louça que decorava a cozinha. Couves gigantes que, se fosse preciso, seriam terrinas, carantonhas coloridas, que teriam serventia de canecas caso fosse necessário, e toda a espécie de bichos do campo promovidos ao patamar da decoração.
Mas os tempos mudaram e já ninguém aprecia especialmente o mobiliário americano, as faianças Bordalo Pinheiro (que por isso atiraram trabalhadores para o desemprego), ou os sapatos portugueses que são agora substituídos, no nosso pobre imaginário, pelos Louboutin, Manolo Blahnik ou pelos Prada. E sendo tal o nosso gosto pelo novo não tardará que as rolhas de cortiça, do nosso montado, sejam substituídas. Mas deveríamos manter tudo o que é nosso, nem que seja por uma questão de prestígio como diz o enófilo Vasco d’Avillez.