Depois de um fim-de-semana de congresso, de não sei o quê na Madeira e de saber que os islandeses não querem pagar o champagne que beberam resolvi aproveitar o resto de Domingo e reler O Fim, de António Patrício. Quando há vinte anos li pela primeira vez os livros do autor, que publicou esta peça pouco tempo antes do fim da monarquia constitucional, não consegui perceber este sentimento de apocalipse que sobressai de palavras como estas — "Há oito dia já, não existimos ...; desde que os representantes dos nossos credores, reunidos em conferência internacional o decidiram. Pois bem: o conselho reuniu hoje... Tratou-se de ir, o mais polidamente possível, à despedida dos embaixadores, que receberam ordem dos governos para partir...; calculou-se a hora a que chegarão, para tomar posse de nós, as esquadras estrangeiras...; e alguns dos meus colegas, prevendo um protectorado moderno, no espírito da nossa civilização, dizem constar-lhes: que além da rigorosa administração da fazenda que foi nossa, nada sofreremos... Vão dar-nos mesmo um parlamento. Só não existimos... De resto, um parlamento póstumo ...
domingo, 10 de abril de 2011
O Fim
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mariadostrapos@gmail.com
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