sexta-feira, 3 de outubro de 2008

A Semana




O Aprendiz de Feiticeiro

Pouco tempo depois de ter ido para a escola li O Aprendiz de Feiticeiro, uma edição Romano Torres de 1946.
A leitura decorreu normalmente, se não levarmos em conta alguns tropeços naturais de quem ainda mal sabe ler. A certa altura a história tornou-se menos interessante, aborrecida, pode dizer-se. Os meus poucos anos e muita inocência deram-se mal com o desenlace da acção. Como é que o aprendiz de feiticeiro, o jovem Sig, na posse de poderes fantásticos, deita tudo a perder no final?
Uma lição, sem dúvida. Por isso, não me espanta a trapalhada a que assistimos agora. Os CEO, anglo-saxónicos, os PDG, francófonos, e todos os que têm responsabilidade mais parecem o jovem Sig. Os banqueiros, tal como o pai de Sig, encomendaram-se a estes homens com o intuito de ver multiplicado, por muito mais, o seu dinheiro. Conseguiram, conseguem sempre. A crise já chegou à Suécia , mas, ao que se sabe, ainda não chegou à Suiça.

Há mais vida para além da crise?

Talvez haja. Como sempre há muita coisa interessante a acontecer nos quatro cantos do mundo. Mas o que mais tem interessado é, sem dúvida alguma, a crise, o crash, o cash, sobretudo o cash.
Cash flow, rate, liquidity, produtos tóxicos, taxa euribor, libor, crise estrutural, rate, liquidity, são também palavras que não saem da boca de todos. Se há mais vida nem se dá por ela.
Faço votos para que os americanos se salvem nem que para isso precisem do Plano Paulson.

«Vale Tudo»

Lamentável, Vale e Azevedo está, neste momento, a viver num luxuoso hotel em Londres. E porquê? Pois bem; Vale e Azevedo arrendou uma casa cara, mas sem condições. Ao fim de 12 meses ou porque o senhorio tivesse reclamado o pagamento ou por qualquer outra razão que não vem ao caso, Vale e Azevedo instalou-se no hotel enquanto não se muda para a nova casa que comprou.
Vale e Azevedo conhecedor das leis não pagou a renda e creio que não terá, também, de pagar o hotel e acredito que será indemnizado pelo transtorno.

Os ingleses que se cuidem pois este nosso conterrâneo já não tem muito a ver com os emigrantes que exportamos há uns anos.

Casas da Câmara

Durante a semana este assunto foi ganhando forma e poderá tomar proporções difíceis de controlar. Quando digo controlar estou a pensar em calar, esconder, não referir, evitar etc.
Não me espanta que haja tanta gente de bem com casa da Câmara. Se as casas fossem no bairro da Curraleira ou no da Fonte ficaria espantada, mas como são em zonas nobres não me espanto.
O que me espanta é a Câmara de Lisboa não saber a extensão do seu património. Com tanto funcionário bastaria papel e lápis para dar conta do recado.

Joana Amaral Dias

A Joaninha, como lhe chama o João Gonçalves do Portugal dos Pequeninos, é de facto uma criatura enervante. Tenho pena dos desgraçados que têm de participar no debate com ela. Apre!