segunda-feira, 8 de setembro de 2008

O tempo e o filme de Proust


A realizadora francesa Veronique Aubouy está agora empenhada em terminar o filme Em Busca do Tempo Perdido, que começou há alguns anos. Frente a uma câmara, três mil pessoas vão demorar 170 horas a ler o livro de Marcel Proust. Se as vozes e as pessoas forem bonitas será agradável o resultado.

Contas feitas por alto, 7 horas frente ao computador, basta pouco mais de um mês para despachar o Proust. Certamente poder-se-á ouvir no Ipod, enquanto se está no trânsito ou se prepara o jantar. Também as pessoas que já não vêm bem terão a vida facilitada.
Para estes livros, publicados há quase cem anos, nada substituirá a leitura que fizermos devagar, saboreando cada página com prazer.

Comecei a ler Em Busca do Tempo Perdido já lá vão uns anos. Uma edição dos livros do Brasil, com a fama que toda a gente sabe, abriu-me o apetite para ler na língua original. Comprei uma edição de bolso em francês, mas os numerosos volumes começaram a incomodar-me quando encontrei numa livraria a edição da Gallimard com 2408 páginas todas seguidinhas, num papel maleável que permite uma boa leitura.
Terminei Du côté de chez Swann e comecei À l'ombre des jeunes filles en fleurs, mas é coisa para demorar mais uns anitos. Uma ou duas páginas lidas sem pressas nas noites frias de Inverno, assim como quem guarda o melhor doce para o fim.